domingo, 31 de outubro de 2010

Morte Certa




Passava a vida a pensar na morte. O suicídio era coisa que o fascinava. De repente apercebeu-se de que iria morrer mais cedo do que pensava e só conseguia pensar em viver, já não queria morrer. Passou a viver com medo da morte que durante tanto tempo desejou. Medo, medo, medo, de perder, de cair no esquecimento daqueles de quem nunca se esquecia e desfazia-se em lágrimas chorando todas as suas mágoas. Despediu-se sem nenhum adeus porque sabia que se Deus realmente existisse teria ouvido as suas preces nos seus momentos de desespero, na altura correcta, e não só agora. E foi-se embora sem demora para não chegar tarde à sua Morte Certa!

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