domingo, 29 de maio de 2011

SONO



Olá a tod@s!
Só para avisar que o meu "SONO" adormeceu por tempo indeterminado.
Obrigada aos que tiveram pachorra para ler (espero que tenham gostado) e aos outr@s também por acompanharem os Criativos Anónimos.
Filipa

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Uma realidade tornada sonho



Hoje acordei eufórica com o barulho das minhas próprias gargalhadas. Quando a euforia passou e a tomada de consciência de que estava acordada se apoderou do meu consciente assustei-me. Lembrei-me de tudo o que tinha sonhado e as imagens do sonho não paravam de correr pela minha mente fora. Era a continuação do sonho da noite anterior. Fiquei na dúvida se estaria a lembrar-me dos sonhos ou se já os estava a imaginar. Fosse como fosse davam uma boa história. Olhei para o relógio. Eram 03h27 da manhã. Faltava tanto tempo para despertar. Apercebi-me de que continuava com sono. Voltei-me para o outro lado e adormeci, não sem antes pensar no que me tinha feito rir tanto. Com sorte podia ser que lá voltasse.
Ah! E não é que consegui mesmo voltar? Pensei logo que o melhor a fazer seria conter as gargalhadas sonoras para não acordar de novo.
E foi assim:
Estava ao balcão de um dos snack-bares de uma feira popular. Era uma feira fantástica com inúmeros números de circo junto à porta de cada carrossel, junto a cada diversão. Eu estava a delirar de alegria. Nunca tinha assistido a nada assim, nem nos filmes. Era a loucura e parecia tão real que me senti feliz! Do sítio onde estava via a vitrine do snack-bar. Tão alta que deixava ter uma vista desafogada para a praça central da feira, com a sua roda gigante da praxe. E eis que surge novamente o mimo. “Este mimo é um mimo”, foi o que eu pensei assim que entrei na feira e o vi pela 1ª vez. Tinha um sorriso encantador e algo estranhamente familiar. Conquistou-me quando me deu uma pequena flor vermelha assim que passei junto dele. Desde essa altura que tinha passado a manhã inteira a seguir-me. Mesmo quando deixava de o ver, aparecia passado uns momentos nos mais diversos sítios, sempre com o seu sorriso encantador a acompanhar; pendurado num carrossel, empoleirado no cimo de uma árvore, a fingir que bebia água no chafariz. Mas foi a sua aparição no snack-bar que me arrebatou.
Como ele não entrou atrás de mim, ia espreitando lá para fora para ver se o via, mas nada. Até que vi o seu sorriso encantador no canto superior esquerdo da enorme vitrine. Não fazia ideia de como ele tinha conseguido ir lá parar e ele nem me deu tempo para ir lá fora espreitar. A sua cara desapareceu por momentos, aparecendo depois de corpo inteiro junto à vitrine. Começou a andar em frente mas de cara virada para mim, junto à mesma, a acenar com a mão esquerda e a desaparecer, como se estivesse a descer umas escadas. Escadas essas que não existiam. Ficou desaparecido tempo de mais para o meu gosto mas quando apareceu, da mesma maneira como tinha desaparecido, desta vez a subir umas escadas imaginárias, trazia um enorme ramo de flores de plástico que lhe tapavam a cara. Pendurado ao pescoço tinha um cartão gigante que dizia: “De mim para ti”. E foi isso que me fez gargalhar tanto e tão alto, desta vez mais baixinho e contido para não acordar. Saí para a rua. Queria agradecer-lhe. Ouvi uma espécie de sirene ao longe e percebi que era o som do meu despertador. Eram horas de acordar mas não queria. Não podia. Não agora que ia conhecer o meu mimo pessoalmente. O barulho irritante da sirene/despertador parou. Mas comecei a ouvi alguém a chamar o meu nome ao longe. Prestei atenção à voz. Era o meu marido a tentar acordar-me. Não liguei e fui em direcção ao mimo. Assim que cheguei junto a ele deu-me o enorme ramo de flores de plástico. Agradeci enquanto lhe tentava pegar sem o deixar cair. E qual não foi o meu espanto ao ver que o mimo já não tinha a cara pintada. Percebi finalmente porque me era tão familiar e porque me tinha deixado logo cativar pelo seu sorriso encantador. Era o meu marido. Ele sorriu-me e disse “Amo-te” muito devagarinho, para eu perceber, porque não saia som nenhum da sua boca. Ouvi gritos ao longe a chamarem por mim. A voz do meu marido insistia em tentar acordar-me mas já não era preciso. Ele estava ali comigo, naquele lugar fantástico. Ignorei a sua voz e beijei o mimo. O tempo pareceu parar e…
Querem saber o que aconteceu a seguir? Não posso contar mais. Apenas vos posso dizer: Tentem tornar os vossos sonhos realidade, mas ao contrário.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fauno



Fantasmas de um passado marcado por um futuro incerto
assombram-me o inconstante presente num coração aberto
e ligado a tudo: medos, arrependimentos, fobias, alegrias
Gnomos, duendes, fadas, feiticeiros escoltam o ser maior, repleto de amor
o Fauno faz-me sonhar e ser transportada para outro lugar
O receio inicial depressa se transforma em algo diferente, algo ancestral
A suave melodia entranha-se, tão doce como mel,
e perdura, iluminando a noite escura
Becos sem saída, caminhos que vão dar a lado nenhum
Encruzilhadas,
mãos cheias de nada, sussurros bafientos que me tentam
e em vão Eu tento não me tentar a

olhar em frente
para ti
olhar para o lado
para ti

Mas para onde quer que olhe
é a ti que te vejo
e revejo-me em ti
e a toda a magia de um ser mágico por defeito
de tão perfeito ser ou não ser
e Eu, o que serei? O que seria sem ti?
Tu, ÉS!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Deixa-me sair



Refém
de mim mesma no meu próprio mundo
sinto medo de tudo
dos meus próprios sentimentos
dos meus díspares pensamentos
quero fugir mas não sou capaz
de deixar tudo para trás
quero alcançar uma outra realidade
uma liberdade liberta de mim
quero deixar de ser assim
deixar de não gostar de ser quem sou
por tão fraca ser e por t(r)emer
do tanto ou tão pouco que dou
sem nenhum motivo aparente
a minha mente não me mente
nem me deixa descansar
somente detestar
este meu ser demente
e insignificante ao teu olhar