sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Confesso que…



Confesso que não sei o que hei-de confessar
O que pensava estar certo passa sempre a errado, incerto, incorrecto
Há um atrofio banal do qual não me desenvencilho
Como um verdadeiro empecilho que sei que sou e sempre serei

Há dias em que sinto de menos
Há dias em que sinto de mais
Não há cá meio-termo
Para crises existenciais

Penso que penso demais
Em factos banais de toda uma existência
Louca por defeito
Sem nenhuma virtude por excelência

Sonhos destinados
A transformarem-se em pesadelos
De tão emaranhados estarem
Dois ou três novelos

Estranha sensação a de tudo e nada sentir
Silêncio é tudo o que oiço
Nada é tudo o que penso
E daqui não quero sair

Confesso que sei que
Hei-de acabar por confessar aquilo que não queria
Tudo aquilo que me consome
É tudo aquilo que me enfastia

Não durmo nem estou acordada
Sinto-me atabafada à espera do sono que deveria vir em meu consolo
Mas apenas sonhos inteiros vêm desfeitos
Feitos em nada, (im)perfeitos

Será demência?
Seja o que for é uma indecência
Esta dormência demente
Que nada me deixa a não ser sentir-me doente

Nem frio
Nem calor
Insensível à dor
E a tudo em meu redor

Corrente de ar ou ar corrente a vaguear pela minha mente… Éter Na Mente?
Como uma serpente prestes a envenenar o ar
O mesmo ar que me corta a respiração
E que me faz perder a noção do meu bem estar

Confesso que sei sempre o que quero
Talvez esteja a ser um pouco possessiva
Mas só assim me sinto viva
Antes querer…
…do que morrer!

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