terça-feira, 3 de agosto de 2010

Hino de solidão

A minha vida é uma sombra, um rabisco numa folha gasta nos cantos pelo passar dos dias, sou um grito cortado antes de o ser, nem eu o oiço, sou dedo que aponta para local que eu próprio desconheço, sinto-me penumbra em sombrio entardecer, que me resta a mim senão apenas fazer cair as palavras e deixar-me apagar no silêncio que se fala dentro de mim?, escuto um grilo que sibila ao longe, mas ele fá-lo só para si, a canção de um é sempre hino de solidão.

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